Notícia assinada por LILIANA COSTA na edição de hoje do Jornal de Notícias e que dá conta do Estado da Justiça em Portugal.
«Um jovem foi detido pela GNR de Vizela a assaltar o banco alimentar da delegação da Cruz Vermelha, mas foi libertado por um procurador do Ministério Público que lhe deu 2,5 euros para comprar o bilhete de comboio.
Antes de ser detido, cerca das 6.30 horas da madrugada de ontem, o jovem, de 19 anos, residente na freguesia de Miragaia, no centro histórico do Porto, tinha tentado assaltar duas residências.
No primeiro assalto a uma daquelas casas, o jovem foi surpreendido por militares da GNR, mas escapou e, na segunda tentativa de assalto, acabou por ser apanhado pelo proprietário do imóvel.
Aquando da tentativa de fuga, os dois - assaltante e vítima - envolveram-se em agressões que obrigaram o proprietário daquela residência a receber tratamento médico no Hospital de Guimarães.
A primeira tentativa de assalto ocorreu cerca da 1.30 horas da madrugada, numa habitação da Rua do Bacelo, em S. Miguel. A segunda aconteceu cerca de hora e meia depois, numa residência da Travessa de S. Domingos da mesma freguesia.
Em ambas situações, o assaltante conseguiu fugir, mas durante toda a noite de ontem a GNR não o perdeu de vista até que, cerca das 6.30 horas, os militares conseguiram localizá-lo e acabaram por detê-lo quando ele estava a assaltar o banco alimentar da Cruz Vermelha Portuguesa, em Vizela. Na sua posse, segundo fonte policial, tinha comida e uma bicicleta, entre outros artigos.
O jovem assaltante, que tem já na sua ficha policial vários delitos, tinha também haxixe na sua posse. Na altura da sua detenção, levava vestida uma t-shirt identificativa da Cruz Vermelha.
Presente a um magistrado do Ministério Público, o jovem, segundo fonte da GNR, confessou a autoria do assalto. Mas, em vez de ser remetido para interrogatório de juiz para aplicação de medidas coactivas mais graves, foi mandado em liberdade, com a medida de coacção mínima - o termo de identidade e residência (TIR).
No fim, para surpresa geral, o procurador deu 2,5 euros ao militar que acompanhava o arguido para este comprar um bilhete de comboio de regresso ao Porto. Uma atitude que, segundo apurou o JN, agravou o estado de indignação junto dos militares da GNR».
(notícia JN)