(notícia O Jogo)
Destino será o Distrital se não houver jogadores
L.M.
O Boavista poderá ser obrigado a competir nos campeonatos distritais, algo muito pior do que a despromoção para a Liga Vitalis no culminar do processo Apito Final. O clube, com ou sem castigo confirmado pelo Conselho de Justiça da FPF, não cumpre com os requisitos de admissão às competições da Liga de Clubes e também não tem condições de se inscrever nas provas nacionais até à III Divisão.
Em causa estão impedimentos de natureza fiscal - o clube deve cerca de 15 milhões de euros ao fisco, não está em boa situação para obter, do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas), uma ajuda especial para liquidar as dívidas e não obtém a certidão "negativa" das Finanças. Ontem mesmo, através de comunicado, a SAD informou que conseguiu reunir a documentação para pedir um Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC), um mecanismo que permite aos devedores negociarem o faseamento do pagamento dos montantes por liquidar. Como a SAD do clube está impedida de inscrever jogadores na Liga, também não pode ser admitida nos quadros de competições da Federação, já que o único pressuposto a que está obrigado para alinhar na II ou III Divisões é não estar impedido de inscrever jogadores. Ora, desde Janeiro que os axadrezados não podem registar contratos, o que se mantém por força das dívidas fiscais e a quatro antigos jogadores. Este tipo de impedimento, aliás, está na origem da queda aos Distritais de um outro histórico do futebol português, o Farense, que, depois de anos a sofrer sucessivas despromoções por mau rendimento desportivo, acabou por saltar da carruagem nacional na época 2005/06 por não poder inscrever jogadores. Regressou à III Divisão no final da época passada.
Seja como for, continua a existir relativo optimismo entre os responsáveis da SAD quanto à resposta do IAPMEI, sendo que a dívida aos antigos jogadores é tida como a questão de mais fácil resolução. Ontem, em comunicado, o Boavista esclareceu, sem confirmar o montante em dívida, a entrega, junto do IAPMEI, de um requerimento para abertura de um Procedimento Extrajudicial de Consolidação, reservando para breve mais esclarecimentos. Resolver as dívidas é essencial para o Boavista.