Eduardo Guimarães gostaria de continuar a trabalhar pelo FC Vizela, mas na assembleia de amanhã vai revelar aos sócios que a sua vontade é terminar o mandato e deixar o Clube à disposição dos associados.
O presidente da CA, revela que a pressão à sua volta por credores do clube, nomeadamente fornecedores, ex-jogadores com quem o Vizela firmou acordos, e os funcionários, é enorme e não tem forma de lhes dar resposta.
«A Câmara de Vizela ficou de nos entregar 140 mil euros este ano civil de um contrato-promessa estabelecido entre as duas partes e até ao momento recebemos apenas 45 mil euros repartidos em três tranches de 15 mil em Outubro, 15 em Novembro e 15 em Dezembro. Quisemos saber quando nos seria entregue os restantes 95 mil e fomos informados que a CMV não tem dinheiro. Asseguraram-nos que esse valor será transferido em 2012, mas não sabem ao certo quando. Eu compreendo as dificuldades da CMV, mas as pessoas que esperaram que lhes paguemos não fazem contas a isso e as pressões sobre mim têm sido muitas. É difícil aguentar».
JOGOS DÃO PREJUÍZO
Eduardo Guimarães revela que o Clube não tem praticamente receitas e dá como exemplo os jogos em casa da equipa sénior que dão prejuízo de bilheteira: «Pagamos por cada jogo 850 euros à Federação e cerca de 200 para a GNR. A receita da venda de bilhetes em cada jogo rondam os míseros 200 euros. Perdemos em média 800 euros em cada jogo que fazemos em casa» - lamenta.
SÓCIOS A DESISTIREM
O número de associados do FC Vizela tem diminuído drasticamente: «Há pessoas que apontam todos os motivos para deixarem de pagar cotas e desistirem de sócios. Assim não há direcção que aguente pois esta base de apoio que está a desaparecer era fundamental».
DIVIDA DE 400 MIL EUROS
Ao todo o FC Vizela tem uma divida de 400 mil euros repartida por fornecedores (entre 150/200 mil euros); cerca de 100 mil euros a antigos jogadores; e cerca de 100 mil a funcionários e outros credores.
FUTURO NEGRO
Ontem a Comissão Administrativa do FC Vizela reuniu e chegou à triste conclusão que o Vizela, que no próximo domingo evoca 73 anos de vida, pode estar perto da falência total e do encerramento de portas.
«Os sócios têm a última palavra e poderão deixá-la na sessão de amanhã (à marcada para a 21 horas no salão da Casa do Povo), mas não estou muito esperançado» - diz Eduardo Guimarães com grande mágoa.